domingo, 26 de setembro de 2010

Utilidade Pública: livros para deficientes visuais

* Texto veiculado na internet por e-mail.
O Partilha apoia a causa e ajuda na divulgação.



Audioteca Sal e Luz
Caros amigos,

Venho por meio deste e-mail divulgar o trabalho maravilhoso que é realizado na Audioteca Sal e Luz e corre o risco de acabar.

A Audioteca Sal e Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que produz e empresta livros falados (audiolivros).

Mas o que seria isto?

São livros que alcançam cegos e deficientes visuais, (inclusive os com dificuldade de visão pela idade avançada) de forma totalmente gratuita. Seu acervo conta com mais de 2.700 títulos que vão desde literatura em geral, passando por textos religiosos até textos e provas corrigidas voltadas para concursos públicos em geral. São emprestados sob a forma de fita K7, CD ou MP3.

E agora, você está se perguntando: O que eu tenho a ver com isso? É simples. Nos ajude divulgando. Se você conhece algum cego ou deficiente visual, fale do nosso trabalho. DIVULGUE!

Para ter acesso ao nosso acervo, basta se associar na nossa sede, que fica situada à Rua Primeiro de Março, 125- Centro. RJ. Não precisa ser morador do Rio de Janeiro.

A outra opção, foi uma alternativa que se criou face a dificuldade de locomoção dos deficientes na nossa cidade. Eles podem solicitar o livro pelo telefone, escolhendo o título pelo site, e enviaremos gratuitamente pelos Correios.

A nossa maior preocupação reside no fato que, apesar do governo estar ajudando imensamente, é preciso apresentar resultados. Precisamos atingir um número significativo de associados, que realmente contemplem o trabalho, se não ele irá se extinguir e os deficientes não poderão desfrutar da magia da leitura. Só quem tem o prazer na leitura, sabe dizer que é impossível imaginar o mundo sem os livros...

Ajudem-nos, Divulguem!
Atenciosamente,

Christiane Blume - Audioteca Sal e Luz

Rua Primeiro de Março, 125- 7o
Andar.Centro- RJ. CEP 20010-000
Fone: (21) 2233-8007

sábado, 25 de setembro de 2010

E um pouco de romantismo (porque não faz mal à ninguém)

Pra Você Guardei o Amor
Nando Reis





Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

ARAGUARI participa da Semana da Mobilidade Sustentável

O Dia Mundial Sem Carro foi comemorado em Araguari com muito sucesso. A opinião é de Frank Barroso, coordenador do Movimento Cidade Futura. Ele justifica lembrando o engajamento da Prefeitura Municipal, através das diversas secretarias, que foi fundamental para colocar o município na agenda internacional da mobilidade sustentável. As atividades do Dia Sem Carro (22/09) em Araguari começaram bem cedo, às 08 horas com uma caminhada dos alunos do Centro Educacional Municipal Mário Pereira Filho, que foi acompanhada por diversas autoridades municipais, seguindo pela Rua Marciano dos Santos até a Rui Barbosa, local que foi interditado e proibido o trânsito de automóveis e motos.

Um grande número de pessoas aderiu à campanha, deixando motos e carros em casa. Os alunos do Colégio Savério Petanha resolveram ir a pé para escola no dia 22 de setembro.
Logo após a chegada dos integrantes da Caminhada pela Mobilidade Sustentável, a Banda Mauá do 11º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército deu inicio à abertura do evento com a execução do Hino Nacional Brasileiro. Fizeram uso da palavra o Secretário da Fazenda de Araguari, Joaquim Militão, representando o prefeito Marcos Coelho de Carvalho, o coordenador do Movimento Cidade Futura, e o Cabo Naves, representando o comandante do 4º Pelotão da Policia Ambiental.
Foi um dia histórico em Araguari, em que a rua mais movimentada e com mais conflitos de trânsito foi ocupada somente por pedestres, ciclistas e funcionários da prefeituras que ofereceram diversos serviços à população, como emissão de documentos, medição de pressão arterial, orientações de prevenção à saúde, distribuição de mudas e exposição de animais empalhados.

O secretário Joaquim Militão destacou a importância de Araguari estar inserida na agenda internacional da mobilidade sustentável. “Estamos plantando a sementinha que dará como fruto mais qualidade de vida para a nossa cidade. Sabemos que Araguari já tem problemas com a grande quantidade de veículos circulando nas ruas que emitem gases poluentes. O futuro vem aí cobrando de nós atitude em favor da preservação do meio ambiente urbano”, frisou Militão.
De 16 a 22 de setembro aconteceu na cidade a Semana da Mobilidade Sustentável, com palestras nas escolas estaduais e municipais e um Seminário Regional que aconteceu na Unipac. A imprensa local divulgou muito o evento.

EMCANTAR em Franca



02 Sessões de Parangolé – O Filme para 530 espectadores
04 Oficinas - Canções e Brincadeiras para 150 educadores
01 Espetáculo Parangolé para cerca de 1.500 pessoas

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Espetáculo EMCANTAR em Ribeirão Preto

Oficinas
Duas oficinas
Total de participantes: 80 educadores

Exibição do filme
Quatro sessões
400 crianças

Espetáculo
Uma sessão
Público: cerca de 300 pessoas

Dia sem carro e mobilidade urbana sustentável

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

EMCANTAR retoma sua Revolução da Alegria! Setembro 2010

Dia sem meu carro em Uberlândia

PROGRAMAÇÃO

22 DE SETEMBRO:

- PALESTRAS EM ESCOLAS MUNICIPAIS E ESTUDUAIS DE UBERLÂNDIA, que serão feitas pelos agentes de trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte - SETTRAN
Horários: 09 hs, 15hs e 20hs

- Vídeo-debate com o filme Sociedade do Automóvel
15 horas
Bloco 5-O Anfiteatro E (Campus Santa Mônica)

25 DE SETEMBRO

BICICLETADA
Horário: 07 horas da manhã
Concentração: Biblioteca – Campus Santa Mônica UFU
Na chegada haverá lanche para os participantes - LEVE SUA CANECA!

Organização: MOVIMENTO PEDALA UFU

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

EMCANTAR FAZ FESTA NO INTERIOR PAULISTA

Veiculada em http://www.revistasorria.com.br/site/blog/geral/emcantar-faz-festa-no-interior-paulista.php

Celebrar a cultura popular e ensinar como brincar. Esse é o objetivo do Kit Prangolé, que o grupo artístico Emcantar está divulgando na sua nova turnê. O pacote traz dois CDs, com releituras musicais de canções como Corre Cutia, Escravos de Jó e Tindolelê. Junto vem um livreto que mostra como transformar as músicas em brincadeiras de roda, trazendo ainda as letras cifradas das canções dos CDs, para quem quiser tocá-las no violão.

Em 16 e 17 de setembro, o grupo estará em Ribeirão Preto (SP). Nos dias 19 e 20, chega a Franca (SP). Além de relembrar momentos da infância, será possível participar de oficinas gratuitas, que têm como objetivo mostrar como é possível unir brincadeira e ensinamentos. Também será exibido o filme Parangolé, que conta a história de um garoto com uma imaginação e tanto (confira a programação completa abaixo). Para saber os próximos destinos da turnê, ligue para (34) 3218-6604.

Desde 1996, a ONG Emcantar desenvolve trabalho de referência na região do triângulo mineiro voltado a vivências artísticas e educação socioambiental. Já são cerca de 500 apresentações musicais, envolvendo quase 100 mil pessoas de diversos locais do país. Além da turnê atual, o grupo já lançou outros dois CDs. Neste ano, o Kit Parangolé passou a compor o Guia de Tecnologias Educacionais do Ministério da Educação.


Confira a programação da turnê:


Ribeirão Preto

- Oficinas Gratuitas para Educadores
Quando: 16 de setembro, das 8h às 11h e das 14h às 17h
Local: Casa da Ciência - Rua Liberdade, s/nº (dentro do Bosque Municipal)

- Exibição Parangolé - O Filme
Quando: 16 de setembro, às 8h e às 14h
Local: EMEF CAIC Antônio Palocci - Rua Antônio Forniellis, 248 - Jardim Sampaio
(A exibição do filme será para turmas fechadas da rede municipal de ensino)

- Apresentação "Parangolé - Espetáculo Musical"
Quando: 17 de setembro, às 20h
Local: Teatro Minaz - Rua Carlos Chagas, 273 - Jardim Paulista


Franca

- Oficinas Gratuitas para Educadores
Quando: 20 de setembro, das 8h às 11h e das 13h30 às 16h30
Local: Secretaria Municipal de Educação - Av. Champagnat, 1800 - Centro
Inscrições gratuitas pela Secretaria de Educação pelo telefone (16) 3711-9243

- Exibição Parangolé - O Filme
Quando: 20 de setembro, às 9h e às 15h
Local: EMEB Professora Etelgina de Fátima Viveiros - Rua Pedro Silveira, 2915 - Residencial Julio D'Elia
(A exibição do filme será para turmas fechadas da rede municipal de ensino)

- Apresentação "Parangolé - Espetáculo Musical"
Quando: 19 de setembro, às 20h30
Local: Praça Nossa Senhora da Conceição (Para da Concha Acústica)

Semana de Mobilidade Urbana em Araguari

O Movimento Cidade Futura, juntamente com a Prefeitura Municipal de Araguari e a UNIPAC, com apoio do 4º Pelotão da Polícia Ambiental, Batalhão Mauá, da Associação Comercial – ACIA, e do Clube de Diretores Logistas - CDL, está promovendo na cidade a Semana da Mobilidade Sustentável, de 16 a 22 de setembro, que inclui a participação de Araguari no movimento “na cidade sem meu carro”. A abertura das atividades acontece nesta quinta-feira, dia 16, às 20 horas, na Escola Municipal Mário Pereira, com a realização de palestra da professora Rosielli Santos Araújo - Geógrafa Especialista em Mobilidade Urbana.

No dia 22 de setembro, a Rua Rui Barbosa será interditada entre 8 e 12 horas para realização de atividades sociais e culturais voltadas para promoção da qualidade de vida. Neste dia acontecerá uma Caminhada pelo Qualidade do Ar, que sairá da Escola Municipal Mário Pereira, às 08 horas em direção à Rua Rui Barbosa, descendo pela Rua Marciano dos Santos.
No dia 21 de setembro, na Capela da Unipac Araguari, às 08 horas, acontece o 1º Seminário Regional sobre Mobilidade Urbana Sustentável, com participação de especialistas no tema e lideranças comunitárias para discutir os desafios desta área. As inscrições para o seminário estão sendo feita pelo site WWW.cidadefutura.net.br.

O movimento mundial que propõe um dia sem a utilização de carros surgiu na Europa. Todo dia 22 de setembro, milhões de pessoas ao redor do mundo comemoram o Dia Mundial Sem Carro. Atualmente, em cidades européias acontece também semana da mobilidade sustentável, ampliando as ações de conscientização e mobilização para a reflexão dos impactos do carro na cidade, bem como para pensar outras formas de transporte urbano.

Em Araguari, o objetivo é promover uma semana de atividades para refletir sobre mobilidade sustentável. E ao falar desse assunto deve-se levar em conta vários fatores, não apenas o transporte que utilizamos diariamente, mas os lugares que nos movemos, isto é: infraestrutura, assim como a acessibilidade, o ordenamento do território, modelos de transporte coletivo e individual, consumo de energia, emissões, etc. O conceito de mobilidade sustentável implica uma visão mais profunda e interdisciplinar que vai além do que temos até aqui considerado como transporte.

A mobilização é um exercício de reflexão sobre a dependência e o uso (muitas vezes) irracional dos automóveis em nossa sociedade. A idéia principal dessas atividades é fazer com que as pessoas pensem um pouco sobre o estilo de vida que levam, sobre a possibilidade de diminuírem o uso do carro (em face do trânsito pesado enfrentado nas cidades), ou mesmo, se possíveis, em substituir o automóvel por outro meio de transporte.


VEJA PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO SITE: www.cidadefutura.net.br

Para saber mais sobre o DIA SEM CARRO acesse: www.nacidadesemmeucarro.org.br

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Exemplo de liderança, inteligência e humanidade. Filme "Invictus".

Invictus nos traz a inspiradora história de como Nelson Mandela (MORGAN FREEMAN) uniu forças com o capitão da equipe de rúgbi da África do Sul, Francois Pienaar (MATT DAMON), para ajudar a unir a nação. Recém-eleito, o presidente Mandela sabe que seu país permanece dividido racial e economicamente após o fim do apartheid. Acreditando ser capaz de unificar a população por meio da linguagem universal do esporte, Mandela apóia o desacreditado time da África do Sul na Copa Mundial de Rúgbi de 1995, que faz uma incrível campanha até as finais.

INVICTUS (Invictus, EUA, 2009)
Gênero: Drama
Duração: 134 min.
Elenco: Morgan Freeman, Matt Damon, Tony Kgoroge , Patrick Mofokeng, Matt Stern
Compositores: Kyle Eastwood, Michael Stevens
Roteirista: Anthony Peckham
Diretor: Clint Eastwood

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Desabafo de uma cidadã

A saga dos cadeirantes para ir ao estádio de futebol em Uberlândia – MG

Na quarta-feira dia 25/08 fiz uma coisa inédita: fui ao estádio de futebol para assistir a um grande jogo do campeonato brasileiro: Cruzeiro X Corínthias. Mesmo acompanhando às vezes o futebol, esse não é um dos meus programas favoritos, mas fui a convite do meu pai - cadeirante há 07 anos em função de um acidente de caminhão – que estava com muita vontade de ver o “clássico” e não queria perder a oportunidade de ver seu time, que era de outro estado, jogando em Uberlândia.
Convite aceito, a primeira etapa da saga foi a compra dos ingressos. Era necessário perguntar se em tal setor havia lugares para cadeirantes. Isso já é um ponto interessante: me parece que não há lugares para cadeirantes em todos os setores do estádio.
Bem, ingresso comprado, lá fomos nós, ansiosos e empolgados para o jogo. Chegando ao estádio a primeira surpresa desagradável: não havia vagas de estacionamento suficientes para deficientes físicos. Isso já me deixou revoltada. Como, naquela multidão, arrumar um estacionamento mais próximo à entrada? Como chegar até o estádio passando no meio daquela multidão, sem, nem sequer, locais adequados para transitar? Achamos, por sorte, um estacionamento razoavelmente perto, porém, sem condições de acessibilidade favoráveis.
Depois de enfrentar uma subida muito íngreme empurrando a cadeira, chegamos ao portão de entrada destinado aos cadeirantes. As pessoas próximas indicaram que o portão era outro. Aí começou tudo de novo. Chegar até o outro portão foi uma odisséia. As pessoas estavam em filas, desorganizadas e alvoroçadas. Algumas eram solidárias ao fato de ter uma pessoa em uma cadeira de rodas subindo e descendo na entrada do estádio, outras, nem tanto. Chegando ao portão indicado... não era aquele de novo! Aí, já comecei a desanimar. Que bagunça! Que falta de organização! Acessibilidade então... nem vou comentar. Nesse momento, minha sorte foi encontrar um amigo policial, que nos conduziu até o portão certo. Ele foi “abrindo alas” entre as pessoas para que pudéssemos passar. Naquele momento uma reflexão se instaurou em minha cabeça: ainda, nesse país, precisamos de uma autoridade policial para conseguir coisas mínimas das pessoas, como o respeito.
UFA! Depois de tudo isso, entramos no estádio. A emoção estava à flor da pele, mas eu, no fundo, estava era ficando triste com aquilo que estava presenciando. A acessibilidade ainda não acontece de fato, era minha única certeza naquele momento. Uma mulher muito simpática que estava presenciando nossa outra saga, a de encontrar um local adequado para que meu pai conseguisse assistir ao jogo, nos indicou um espaço reservado à cadeirantes. Nossa! Nem acreditei na hora que vi. “Até que enfim alguma estrutura para dar condições aos deficientes físicos assistirem à partida de futebol”.
Porém, essa foi a parte que me deixou mais triste. Estando no “cercadinho”, espaço reservado para os deficientes físicos, percebi o quanto ainda falta para que as pessoas “normais” deixem a indiferença com os que não estão no padrão, deixando os invisíveis na estrutura social. Havia sim um espaço reservado, porém precário. Cada cadeirante tinha o direito a ter consigo um acompanhante, que tinha que assistir ao jogo de pé. Além disso, o espaço era pequeno. Mas até aí, tudo bem. Já estava valendo conseguir ver o jogo lá de cima. Como o estádio era bonito! O campo verdinho e as pessoas em volta pareciam uma visão. O problema era que essa vista era rara de lá de cima. Não havia nenhum impedimento para a passagem das pessoas na frente do “cercadinho”. Então, as pessoas passavam de um lado para o outro e as que estavam no cercadinho assistiam... ao desfile. Além disso, os que estavam na arquibancada na nossa frente se achavam no direito de levantar a cada boa jogada e a gente, é claro, não viu nenhuma delas, pelo contrário, passamos a maior parte do jogo gritando: “oh gente, vamos sentar!”. Mas para mim o pior de tudo isso era como as pessoas reagiam quando chamadas à atenção para respeitar o espaço do cadeirante. Ouvimos coisas do tipo: “pede com educação” e também “dá para esperar um pouquinho?”. Indiferença total, que pode ser traduzida superficialmente como: o problema não é meu!
Dos 90 minutos do jogo a gente ter assistido 45. Sai do estádio com um sentimento muito ruim, de falta de respeito, compaixão, educação e solidariedade. Ao invés de curtir o momento fiquei refletindo sobre nossa sociedade. De um lado, a falta de infraestrutura que permitisse a fruição do jogo pelas pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes. De outro, a indiferença das pessoas, que não se solidarizam com os problemas alheios, já que eles não os atingem.
Minha conclusão é que, mesmo com informação e campanhas publicitárias pela acessibilidade e garantia dos direitos a pessoas com deficiência física e até mesmo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(http://www.assinoinclusao.org.br/Downloads/Convencao.pdf) , a acessibilidade ainda é mais desejo que realidade.
Escrevo esse relato a quem possa interessar, pois não consegui ficar omissa diante do que vi: ainda temos pessoas invisíveis em nossa sociedade. E a questão do estádio é apenas um exemplo. Ande pela sua cidade e observe: se você tivesse alguma deficiência física conseguiria fazer tudo o que está fazendo?
Uma sugestão que fica é que nossos legisladores e administradores públicos façam uma “Oficina de Acessibilidade”. No curso Formação de Lideranças, realizado pelo Movimento Cidade Futura, foi oferecido aos cursistas uma oficina dessas. Os alunos passaram o dia se locomovendo pela cidade como se tivessem deficiências físicas. Essa atividade mudou o olhar de muita gente. Será que uma atividade dessas não seria interessante para abrir os olhos de nossos políticos para uma questão tão fundamental como a acessibilidade?
Acredito que é necessário que todos nós nos unamos para que, no futuro, possamos ter uma sociedade mais justa e com equidade social, em que todas as pessoas tenham direito a educação, cultura, lazer... enfim, a se movimentar em sua cidade.