domingo, 20 de junho de 2010

Alma simples, voz macia, viola enluarada... LUIZ SALGADO

Aproveitando a oportunidade de divulgar o Festival da Serra da Canastra, faço questão de, com muita honra, dar um espaço no meu blog para o grande Luiz Salgado. Sou uma super fã do trabalho e da alma desse moço, que por meio de suas 'cantoria' nos faz mais mineiros, mais humanos!

SINA DE CANTADÔ

meu bateu umas lembrança
de quando eu era criança
andava de pé descalço
e não sabia voar
era igual um fiote
querendo sair do ninho
e aos poucos, de mansinho
a coragem de pular
a vontade de pular

O tempo foi se passando
e pra selar meu destino
Deus me fez qual passarinho
me fazendo cantadô
me deixou essa empreitada
pra cigarra, a mesma sorte
de cantar até a morte
eh, sina de cantadô
eh, sina de cantadô

a magia da piracema
o canto da seriema
o ponteio da viola
tudo tem o seu valor
o galo de manhã cedo
a coruja de tardinha
os cometa, as andorinha
o universo é cantadô
o universo é cantadô

*Luiz Salgado é cantador e violeiro, mineiro da região do Alto Paranaíba, Patos de Minas. Atualmente, mora em Araguari, no Triângulo Mineiro. Busca através da música, demonstrar a alma simples do povo do interior. Sua música trata de coisas simples e ao mesmo tempo relevantes. A preservação do Cerrado e de toda fauna e flora, assim como a cultura mineira e brasileira. Acredita que a cultura é um canal transformador e criador. (Retirado de http://luizsalgadocantador.blogspot.com)

Gerais se encontram numa bela e legítima cantoria mineira! 1º Festival de Inverno da Serra da Canastra.


Acontecerá no inicío de julho um super encontro entre grupos culturais mineiros em São Roque de Minas.
O EMCANTAR e os brincantes estarão por lá!

"Essa atividade pretende valorizar, além da riqueza natural da região, a cultura local e o acesso da comunidade à cultura, integrando em seu público tanto os visitantes quanto os moradores da cidade e entorno, apresentando a música mineira numa linguagem regional e diversificada. Para a programação do 1º Festival de Inverno da Serra da Canastra foram elencados artistas que possuem linguagens artísticas diversificadas, mas que têm em comum a característica de cantarem a natureza, especialmente o cerrado, e de incorporarem aos seus trabalhos as manifestações culturais tradicionais de Minas, presentes na região, como a Folia de Reis e o Congado."

terça-feira, 15 de junho de 2010

Eventos Culturais em Araguari - "Quinta no Odete"


É com muito orgulho que divulgo essa iniciativa do Teatro Odete em Araguari.
É muito bom ver nossa cidade movimentando-se culturalmente e valorizando os artistas da terra!

E é com muita satisfação também que anuncio a primeira atração, meu grande e querido amigo, André Salomão.
Mesclando um repertório autoral com canções de artistas tidos como referência, como Milton Nascimento, Herbert Vianna e Cartola, o músico apresenta um espetáculo que tem a leveza da boa música popular brasileira aliada à profundidade dos temas abordados em suas letras.
André Salomão é cantor e compositor, além de atuar como artista educador e músico do EMCANTAR

Prestigiem!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"Fazer algo extraordinário sempre!"

Em uma conversa entre amigas, fazendo reflexões sobre essa nossa vida, surgiu a indicação de um filme,"Charlie e eu", que tratava mais ou menos daquilo que estávamos falando. A mensagem do filme sobre a essência da vida e o segredo da felicidade era: Faça algo extraordinário sempre!
E aí, ficamos pensando, o que é fazer algo extraordinário? Chegamos juntas à conclusão de que algo extraordinário não é algo complexo, caro, altamente planejado, mas sim aquilo que faz e dá sentido à nossa vida! E ilumina nossa existência!
Esse final de semana foi extraordinário na minha vida! Estive com pessoas que amo, me divertindo, refletindo, passeando...
Então, resolvi compartilhar um texto que já conheço há algum tempo, o qual já trabalhei em diversas oficinas e que fez diferença na vida de muitas pessoas. Nele há exemplo de coisas extraordinárias que podemos fazer (ou que fazemos e não percebemos a grandeza) em nosso cotidiano.

Experiência*
Autor desconhecido. Texto vinculado por e-mail.

Já fiz cosquinha na minha irmão só para ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto. Já conversei com o espelho e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado. Já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore para roubar fruta, já cai da escada de bunda.
Já fiz juras de amor eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa para sempre, e voltei no outro instante. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de um só. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei o meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era pra sempre, mas sempre era um “pra sempre” pela metade. Já deitei na grama de madrugada e via a lua virar sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: “Qual sua experiência?”. Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência. Será que ser “plantador de sorrisos” é uma boa experiência? Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: “Experiência? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova?”

* Texto premiado em um processo de seleção da Volkswagen no qual os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: “Você tem experiência?”. O candidato autor foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso até hoje. Com certeza será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia e acima de tudo por sua alma.

domingo, 6 de junho de 2010

Dia inesquecível!

Admirar um jardim florido pelas bençãos da terra, ver e ouvir água corrente e ainda receber um pouquinho dela na cabeça, sentir o vento (mesmo que frio) na face, receber luz e calor do sol ainda tímido. Meu dia de hoje, inesquecível, começou assim. Os grupos Arte e Liderança Juvenil (projeto realizado pelo EMCANTAR) e Imenso Dom (do Serviço de Animação Vocacional) fizeram hoje uma caminhada ecológica na Associação Nova Esperança refletindo e sentindo as relações entre todos os seres vivos nesse milagre da vida!, inspirados principalmente por uma bela carta de um chefe indígena e pelas palavras de São Francisco de Assis.
Depois de andarmos 6km em meio à natureza (sem perceber a distância), refletindo e despertando as sensações para os 04 elementos, chegamos na Associação... lugar maravilhoso, tanto pelos aspectos físicos quanto pelas histórias de vida e sabedorias populares contidas ali. Lá tivemos um delicioso almoço, daqueles típicos de roça, que eu adoro. Um detalhe importante: tudo isso feito em roda! Antes e depois do almoço ainda cantamos algumas modas de viola, que mexem diretamente com meu coração, pois falam da origem e dos valores caipiras da nossa Minas Gerais...
Mas ainda não tinha acabado. Em uma super aventura, descemos para a beira do rio de trator. Chegando lá, fiquei (ficamos) maravilhados com aquela paisagem. Estendemos toalhas no chão e confeccionamos instrumentos alternativos. Aí foi a vez dos jovens do Arte e Liderança Juvenil protagonizarem. Fizemos algumas vivências musicais muito legais, pois nos permitiram enriquecer ainda mais o coração de beleza. Pra mim, que acompanho de pertinho o projeto, foi emocionante ver as jovens ensinando para os demais presentes como tocar os instrumentos de percussão na música que elas iam apresentar (e isso tudo com apenas 03 meses de trabalho!).
Estou cansada. Isso é fato depois de um dia tão cheio de emoções. Mas energizada, porque momentos assim me fazem reafirmar para mim mesma que essa vida vale a pena e que servir é um grande e maravilhoso mistério de Deus.

Muito obrigada grupo Imenso Dom.
Muito obrigada Associação Nova Esperança.
Valeu Arte e Liderança Juvenil.

"Tudo que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra... Nosso Deus é o mesmo Deus. Nem mesmo o homem branco poderá evitar nosso destino comum". (Chefe indígena Seatle - 1854)

sábado, 5 de junho de 2010

Bola de Meia, Bola de Gude (Milton Nascimento e Fernando Brant)

Há um Menino!
Há um Moleque!
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem prá me dar a mão...

Há um passado
No meu presente
O sol bem quente
Lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa
Me assombra
O menino me dá a mão...

E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade
Alegria e amor...
Pois não posso
Não devo e não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso
Aceitar sossegado
Qualquer sacanagem
Ser coisa normal...

Bola de Meia! Bola de Gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza
Me alcança
O menino me dá a mão...

*** Não consigo não me emocionar com essa música!!!! Por mais que estejamos vivenciando, vendo e ouvindo coisas diferentes dessas ditas na música, não posso deixar de acreditar que valores como esses nela trazidos vão deixar de existir... porque temos em nossas mãos a pureza e a beleza da infância, que vivida com saúde e plenitude pode sim disseminar alegria e buniteza pelo mundo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Vista Cansada (Otto Lara Resende)

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

(Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992)

Desafio cotidiano da modernidade... minimizar impactos socioambientais



Esse é um exemplo simples e criativo de como reduzir o uso de sacolas plásticas... tão prejudiciais ao meio ambiente. Saiba mais em:http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/lixograma/so-simple-240045_post.shtml

E você, quais ações tem praticado para minimizar impactos?