Na proposta de deixar aqui registrados dicas, comentários e trechos de obras literárias das quais gosto muito, retomei a leitura de uma das que eu considero mais geniais.
Presente de uma grande amiga, Onde tem bruxa tem fada..., de Bartolomeu Campos Queirós, é uma obra cheia de magia, encantamento, técnica e reflexão. Uma maneira leve e encantadora de nos chamar de volta à essência humana...
Reler essa narrativa fantástica me faz, em primeiro lugar, ver as doçuras da infância e as belezas e os privilégios de ser humano. De outro, ter mais certeza que essa expressão artística, assim como o sonho e a alegria devem ser nutridos e disseminados para que não deixeimos que os vícios superem as virtudes humanas.
História singela de uma fadinha, a Maria do Céu, que resolveu voltar à terra para cumprir sua "profissão"- realizar desejos, mas que ao chegar aqui teve uma decepção: as magias e as esperanças criadas pelo mundo adulto haviam feito desaparecer do coração das crianças as fadas.
Com uma linguagem simples, encantadora e envolvente, a obra é uma massagem na alma.
Maria do Céu escorregou pelo brilho da Lua até a Terra.
Maria do Céu, agora fada sem trabalho na Terra, passeando pelas calçadas, pensava em coisas simples de fazer: sorvete de sonho, algodão-doce de nuvem...
Alegria ninguém sequestra. Eu durmo tranquila e sem guarda para vigiar a minha casa. Alegria só aumenta e nem precisa depositar. Ela rende juros no coração.
Peçam luz de luar com gosto de suspiro para que se tenha sonho doce.
A alegria é também uma maneira de menino organizar o coração.
PARA ONDE VAI O MUNDO SEM IMAGINAÇÃO NEM FANTASIA?
Agora vou dormir tranquila, sabendo que Maria do Céu depositou no meu coração a alegria de menino... e que ela vai estar sempre ali para quando eu precisar!
A palavra partilhada deu vontade de rever a fada. Quero ler! A linguagem do autor desliza como a mesma que se faz gosma pelos dedos de Manoel, de Barros.
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